Os quatro maiores bancos dos Estados Unidos reportaram coletivamente a maior fatia dos lucros da indústria em quase uma década, considerando o período de janeiro a setembro.
De acordo com levantamento do Financial Times, J.P. Morgan Chase, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo somaram US$ 88 bilhões, o que equivale a 44% dos rendimentos.
O resultado coloca as instituições numa posição dominante no mercado. Mas não só isso. Esse pode ser um sinal claro de que o setor financeiro americano caminha para uma consolidação.
Quando se olha para o resultado dos sete maiores bancos dos EUA, incluindo US Bank, PNC e Truist, percebe-se que eles geraram 56% de todo o lucro bancário do país nos nove primeiros meses deste ano.
Os altos custos com burocracias regulatórias, o necessário investimento em tecnologia, além das despesas com marketing deixam a concorrência mais desafiadora para pequenas instituições, visto que as maiores podem dividir esses gastos por um número maior de clientes.
Outro ponto é que os grandes bancos, como J.P. Morgan e BofA, consideram em seus resultados o desempenho de braços de investimento, nos quais, na maioria das vezes, os pequenos nem atuam.
A solução para que os pequenos bancos consigam competir com os gigantes parece ser, então, a consolidação. E há expectativa de que o governo de Donald Trump incentive isso por meio de políticas mais permissivas.
Em entrevista ao Financial Times, Bob Diamond, antigo presidente do Barclays, sugeriu que o número de bancos americanos deve cair pela metade nos próximos três anos.
Enquanto isso não acontece, quem tem realmente batido de frente com os bancões são as entidades não bancárias, que oferecem soluções financeiras. Na carta anual aos acionistas, o presidente do J.P. Morgan, Jamie Dimon, acusou a Apple de atuar como um banco por movimentar dinheiro e realizar empréstimos.
No mercado imobiliário, empresas não bancárias já são responsáveis por mais da metade dos financiamentos. Em 2011, a representatividade era de apenas 11%. E instituições como Apollo, Affirm e Rocket Mortgage vêm ganhando cada vez mais espaço como credores de empresas e consumidores, disputando esse mercado com bancos.