A Ambipar está abrindo um escritório em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, para atuar no Oriente Médio e no Norte da África, informou a empresa nesta segunda-feira, 18 de novembro. Esse é o 41º escritório da companhia ao redor do mundo.
“Queremos ser o número um nos Emirados Árabes Unidos em economia circular, valorização de resíduos e descarbonização. Temos a previsão de iniciarmos nossa primeira operação em meados de janeiro de 2025”, diz Tércio Borlenghi Jr., CEO do Grupo Ambipar, ao NeoFeed.
Os Emirados Árabes Unidos têm adotado medidas para promover a circularidade da sua economia. Entre elas está a expansão da infraestrutura de reciclagem, com uma meta de retirar 75% dos resíduos dos aterros até 2030. O país também tem o objetivo de se tornar “net zero” em carbono até 2050.
A região do Golfo Pérsico é estratégica para a Ambipar por estar próxima de potenciais clientes. Trata-se de uma área que possui um crescimento econômico acelerado e que está iniciando em práticas sustentáveis com oportunidade de serviços tanto para as verticais Environment, como para a Response.
Outras empresas brasileiras também se instalaram recentemente no Oriente. A Oncoclínicas anunciou recentemente uma parceria com a subsidiária do grupo saudita Al Faisaliah Group para implementar unidade de oncologia em Riad, na Arábia Saudita. A rede de tratamentos de câncer estima uma receita bruta de cerca de US$ 550 milhões.
Também na Arábia Saudita, a eB Capital, de Duda Melzer, assinou um acordo com o governo saudita focado em investimentos alternativos, segurança alimentar e crédito privado. A estimativa é de um fundo de US$ 600 milhões.
O potencial dos resíduos
O Grupo Ambipar é composto por duas subsidiárias, a Ambipar Environment e Ambipar Response, atuando em diversos segmentos para oferecer serviços e produtos completos voltados à gestão ambiental, incluindo economia circular, regeneração, transição energética, descarbonização, prevenção, gestão e resposta a emergências e crises climáticas.
Desde que realizou o seu IPO em julho de 2020, a empresa adquiriu mais de 70 empresas em todo o mundo, ampliando sua atuação de 14 para 40 países. Hoje conta com 500 bases operacionais instaladas globalmente, com mais de 25 patentes e 50 prêmios de inovação nacionais e internacionais.
O objetivo da companhia é ser uma das líderes globais em soluções de sustentabilidade, tema que ainda está muito associado a Europa, por ter iniciado esse arcabouço e ter níveis altos de exigência.
A oportunidade de negócio é grande. Em resíduos sólidos, por exemplo, segundo o relatório “Global Waste Management Outlook” (Perspectiva Global de Gerenciamento de Recursos, em tradução livre) feito pela ONU e pela International Solid Waste, sem medidas de proteção, o custo global de gestão nas cidades pode chegar a US$ 640,3 bilhões até 2050. Mas com medidas de controle na geração de lixo, o custo poderia cair para US$ 270,2 bilhões.
Para capturá-lo, as empresas brasileiras têm neste momento uma grande oportunidade de se posicionar como protagonista da economia verde, já que o Brasil está sediando este ano o G20 e, em 2025, o BRICS+ e a COP30. “Se verem o Brasil como celeiro da economia verde, teremos muitas oportunidades”, afirma Borlenghi Jr.
As ações da Ambipar tiveram valorização de 963% neste ano, com movimento de compra de ações do CEO e da própria empresa e investidores. Seu valor de mercado é de R$ 27,2 bilhões.
No terceiro trimestre de 2024, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 44,5 milhões, alta anual de 27,9%. O desempenho foi impulsionado por um crescimento de 79,5% na receita líquida em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 2,12 bilhões. A companhia reportou também um Ebitda recorde de R$ 515,3 milhões.