BYD cola na traseira da Tesla em busca do título de maior montadora de carros elétricos

BYD cola na traseira da Tesla em busca do título de maior montadora de carros elétricos


Na corrida pelo título de maior montadora de carros elétricos do mundo, a Tesla vê a BYD se aproximando pelo retrovisor, com a companhia chinesa registrando vendas recordes no ano passado e a americana apresentando sua primeira queda de vendas em mais de uma década.

A companhia sediada em Shenzhen, que conta com ninguém menos que Warren Buffett como acionista, vendeu 4,3 milhões de carros elétricos e híbridos em 2024, segundo comunicado divulgado na noite de quarta-feira, 1º de janeiro.

O resultado superou o objetivo que tinha estabelecido para o ano, de 3,6 milhões de carros, de acordo com o Financial Times. Considerando apenas veículos elétricos, a BYD vendeu 1,76 milhão de unidades.

A Tesla fechou o ano com a venda de 1,79 milhão de carros, queda de 1% em relação ao registrado no ano passado, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira, 2 de janeiro. A notícia derrubou as ações da montadora de Elon Musk – por volta das 11h58, os papéis caíam 3,79%, a US$ 388,52.

A BYD já teve uma vitória simbólica em cima da Tesla. No terceiro trimestre, a montadora chinesa registrou uma receita trimestral superior a de sua rival – 201 bilhões de yuans (US$ 28,2 bilhões à época), contra US$ 25,2 bilhões da americana.

Os resultados da BYD estão sendo puxados pela forte demanda do mercado chinês por carros elétricos, graças aos bilhões de dólares em subsídios governamentais na última década e ofertas das próprias montadoras para trocar carros a gasolina por elétricos.

A situação faz os analistas projetarem que as vendas destes veículos devem superar a de automóveis a combustão em 2025. Para este ano, as estimativas apontam para um aumento de 20% nos veículos elétricos comercializados, superando 12 milhões de unidades.

A BYD não está sozinha. Outras marcas chinesas também aproveitaram o momento e bateram suas metas no ano passado. A Li Auto, primeira montadora chinesa a ser lucrativa, vendeu 500 mil unidades no ano passado. A Leapmotor, que conta com o apoio da Stellantis, comercializou 290 mil automóveis, e a Xiaomi vendeu 135 mil unidades.

O bom momento, porém, não significa que todos estão ganhando, nem que muitas das ditas vitórias sejam sustentáveis. O mercado chinês registra uma intensa competição, resultando numa forte guerra de preços, que tem arranhado os resultados.

A própria BYD sente as consequências do mercado mais concorrido. O aumento de 24% da receita veio acompanhado por uma piora da margem bruta, que recuou de 22,1% para 21,9%.

A montadora consegue contornar melhor a situação graças a sua estrutura de produção verticalizada. A BYD conta ainda com carros híbridos no portfólio e está expandindo para novos mercados, um deles sendo o Brasil, onde pretende investir R$ 3 bilhões no antigo complexo industrial da Ford em Camaçari, na Bahia, conforme mostrou o NeoFeed.

O avanço para outros países, porém, começa a enfrentar resistências. Em setembro de 2024, o governo dos Estados Unidos anunciou tarifas de 100% sobre carros elétricos chineses. A União Europeia (UE) anunciou, em outubro, a imposição de uma tarifa extra de 17% sobre a importação de veículos da BYD pelos próximos cinco anos.





Fonte: Neofeed

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