Camil estreia no Paraguai e reforça seu “prato principal” com duas aquisições

Camil estreia no Paraguai e reforça seu “prato principal” com duas aquisições


As aquisições têm sido uma das avenidas escolhidas pela Camil para diversificar seu portfólio. Essa estratégia ganhou mais fôlego nos últimos três anos, com a estreia, via M&As, em segmentos como massas, cafés e cookies, temperados com o plano do grupo de ampliar sua presença no exterior.

O mais novo movimento nessa direção está ligado, porém, a um dos “pratos principais” do seu negócio, ao lado do feijão. A companhia anunciou nesta quinta-feira, 5 de setembro, um acordo com a West Yorkshire Assets para a compra de ativos da Villa Oliva Rice e da Rice Paraguay, ambas no Paraguai.

“A aquisição vem em linha com a estratégia de continuidade da expansão internacional da companhia, viabilizando o início da operação de arroz no mercado paraguaio, a diversificação e a melhoria da competitividade da originação do produto”, afirmou a Camil, em fato relevante.

A transação, cujo valor não foi revelado, exigiu uma engenharia complexa para ser viabilizada. Em uma primeira etapa, Luciano Quartiero, CEO da Camil e membro da família controladora do grupo, vai adquirir 100% do capital da Rice Paraguay e, indiretamente, 80% do capital social da Villa Oliva Rice.

Após a conclusão desse acordo, as duas operações serão reorganizadas para separar suas operações industriais e os ativos relacionados à produção, industrialização, beneficiamento e comercialização de arroz das propriedades rurais dessas empresas.

Em um passo seguinte, Quartiero firmou um acordo com a Saman e com a Camil Latam, subsidiárias da Camil, para a venda exclusivamente dos ativos relacionados à industrialização, beneficiamento e comercialização de arroz ao grupo.

A Camil informou ainda que os termos e condições dessa última etapa serão negociados em bases comutativas e, uma vez definidos, serão submetidos à deliberação do Conselho de Administração da empresa e divulgados ao mercado.

O grupo de alimentos também ressaltou no documento que a aquisição a partir dessas condições se fez necessária para que se adequasse ao seu plano estratégico e para cumprir com as exigências legais do Paraguai no que diz respeito à compra e utilização de propriedades ruais em áreas fronteiriças.

A aquisição destoa da tese de diversificação dos M&As que vem sendo executada desde meados de 2021 pela Camil. Há dois anos, o grupo comprou a Mabel, marcando sua estreia em biscoitos, em um acordo que incluiu ainda o licenciamento da marca e os ativos Toddy no segmento de cookies.

Entre outras transações, esse pacote também incluiu as entradas em massas, com a compra da Santa Amália, e na categoria de cafés, a partir da aquisição das marcas Seleto e Café Bom dia. Todos esses acordos foram fechados em 2021.

Já no exterior, a Camil ampliou suas fronteiras no mesmo ano, ao incorporar Silcom, de produtos como frutas secas, molhos e azeites, no Uruguai. Fora do Brasil, a empresa reservou espaço para o seu principal ingrediente, com a compra dos negócios de arroz da Dajahu, no Equador.

Agora, com o novo movimento, a empresa adiciona o Paraguai a um mapa internacional que já inclui as presenças no Uruguai, no Peru e no Chile. No balanço do primeiro trimestre de 2024, divulgado em julho, a receita líquida internacional da companhia cresceu 7,3% em base anual, para R$ 711,6 milhões.

Já a receita líquida total da operação teve uma expansão de 9,3% sobre igual período, um ano antes. Na mesma base de comparação, o lucro líquido da empresa avançou 22,6%, para R$ 78,5 milhões.

As ações da Camil fecharam o pregão dessa quinta-feira com alta de 0,93%, cotadas a R$ 9,79. Em 2024, os papéis registram uma valorização de 15,8%. A companhia está avaliada em R$ 3,3 bilhões.



Fonte: Neofeed

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