Nascida em Gwangju, na Coreia do Sul, em 1970, a autora ficou conhecida por sua obra ‘A Vegetariana’, que aborda ‘traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana’, segundo a Academia Sueca
A escritora de prosa poética Han Kang venceu o Prêmio Nobel de Literatura 2024. Nascida em Gwangju, na Coreia do Sul, em 1970, ela ficou conhecida por sua obra “A Vegetariana”, que aborda “traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”, segundo a Academia Sueca. Uma de suas grandes influências na literatura foi o próprio pai, Han Sung-won, que é professor universitário e romancista. Kang estudou literatura coreana na Universidade Yonsei, e trabalhou como jornalista por três anos. Em 1993, iniciou sua jornada como escritora, tendo recaído para a prosa dois anos depois.
“A Vegetariana”
Seu livro mais conhecido é “A Vegetariana” (176 págs., R$ 74,90), de 2007. A ficção contemporânea aborda a vida de Yeonghye, protagonista que, após um sonho, decide deixar de comer, cozinhar e servir carne. “É o primeiro estágio de um desapego em três atos, um caminho muito particular de transcendência destrutiva que parece infectar todos à sua volta. Uma história sobre rebelião, tabu, violência e erotismo escrita com a clareza atordoante das melhores e mais aterradoras fábulas”, comenta a editora Todavia.
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“Atos Humanos”
Em 2014, Kang publicou “Atos Humanos” (192 págs., R$ 70,90), sobre um levante estudantil reprimido pelo exército na cidade de Gwangju, em 1980, que causou milhares de mortes. Um dos sobreviventes, Dongho, de 15 anos, busca pelo amigo em meio às vítimas que estão à espera do reconhecimento.
Presente na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2021, em uma mesa online com Adriana Lisboa, ela falou sobre sua dificuldade em terminar “Atos Humanos”, já que precisou ler artigos e pesquisas sobre “eventos muito violentos da história da humanidade”.
“O Livro Branco”
Na época do evento, a escritora não tinha completado sua última obra, “O Livro Branco” (160 págs, R$ 62,90). Sendo um de seus livros mais pessoais, ele aborda a resiliência humana através da reflexão sobre o branco, cor associada ao luto em sociedades orientais.
A partir de uma perda dentro de sua família, Kang busca, na descrição do cotidiano, entender o luto através da morte de uma irmã que não chegou a conhecer, por ter morrido ainda recém-nascida, mas que atravessa seu íntimo e o de seus familiares mais próximos.
Lançamento para 2025
A Todavia prepara para 2025 o lançamento do romance “We do Not Part”, ainda inédito em inglês. A história parte de um pedido inusitado de uma mulher que, hospitalizada de emergência, pede para a amiga resgatar seu pássaro que ficou para trás, em sua casa, numa ilha na Coreia do Sul. Ela enfrenta uma forte nevasca para, ao chegar ao local, se depara com um dos capítulos tristes e esquecidos da história do país: o massacre de cerca de 30 mil civis.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira