Em 40 dias, KPTL faz três saídas de startups

Em 40 dias, KPTL faz três saídas de startups


A Totvs anunciou a compra da VarejoOnline, um negócio de R$ 49 milhões, que inclui também earnout, na quarta-feira, 6 de novembro, em seu segundo M&A em 2024.

Por trás desse negócio, estava a gestora de venture capital KPTL, que investiu na companhia em 2019 – no total, foram duas rodadas que somaram R$ 6 milhões.

Mas esse não foi a única saída da gestora. Em meio a um mercado ainda devagar – tanto para captar, como para M&As -, a gestora anunciou outros dois desinvestimento em um prazo de 40 dias.

Em 15 de outubro, a Augen, startup gaúcha que atua com tratamento de água, foi vendida para a Biosolvit, investida da GHT4, multi family office de Laércio Cosentino e mais três sócios, por R$ 48 milhões. Em 27 de setembro, a família fundadora da Akmey, uma empresa catarinense do setor têxtil, recomprou a fatia da KPTL no negócio.

“E temos mais duas negociações em estágios avançados, que devem significar outras duas saídas”, diz Renato Ramalho, CEO da KPTL, ao NeoFeed.

O que explica esses desinvestimentos, em um momento que o mercado está devagar? Em primeiro lugar, a KPTL é um fundo que atua tipicamente early stage, área que tem sofrido menos o desaquecimento do mercado.

Outra razão são os tipos de deals. Como a gestora sai, em geral, mais cedo de um negócio, ela se aproveita de uma característica do mercado brasileiro, que não tem transações com valores muitos altos.

“Entre 70% e 80% do valor dos M&As no Brasil ficam até R$ 70 milhões”, diz Diego Bertolin, associado da KPTL e responsável por boa parte dessas negociações do lado da gestora.

Questionado sobre a rentabilidade dos três negócios nos quais acabou de sair, Ramalho disse que ainda não poderia dar essas informações por conta do contratos de confidencialidade assinados entre as partes. Mas assegurou que todos tiveram um bom retorno.

Um exemplo é a Augen, cujo investimento de R$ 4 milhões foi feito em fevereiro do ano passado. E, em 20 meses, um prazo considerado curto para o desinvestimento, foi vendida. “Se a proposta não fosse boa, não teríamos vendido”, afirma Ramalho.

As saídas são consideradas um dos grandes problemas do mercado brasileiro. E isso deve se intensificar ao longo dos próximos anos.

Uma pesquisa feita pelo investidor Cassio Azevedo, publicada pelo NeoFeed, mostrou que, no período de 2019 a 2023, os fundos de venture capital investiram R$ 133 bilhões em startups no Brasil.

Agora, precisam de uma liquidez brutal para dar retorno aos investidores. Se se considerar o retorno com um múltiplo de três vezes sobre esse capital investido, seriam necessários R$ 400 bilhões em liquidez (IPOs & M&As) nos próximos cinco anos.

Na visão de Ramalho, o mercado está agora mais racional – com valuations ajustados pela média. “Está bom para investir, mas também para desinvestir”, diz o CEO da KPTL. “É claro que um pouco de dinamismo econômico ajudaria.”





Fonte: Neofeed

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