A chamada “dama de ferro” do país também lamentou a suposta morte de vários líderes da Liga Awami e o assédio de seus partidários após sua renúncia
A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, acusou neste domingo (11) o governo dos Estados Unidos de estar por trás das manifestações em massa que a forçaram a deixar o poder após semanas de violência e a mantiveram no exílio na vizinha Índia. “Eu poderia ter permanecido no poder se tivesse deixado a ilha de Saint Martin e a baía de Bengala para os Estados Unidos”, declarou Hasina em uma mensagem transmitida aos seus apoiadores do partido Liga Awami e republicada por vários veículos de comunicação indianos, incluindo “The Print”. O comentário da líder tem como pano de fundo as relações tensas com os EUA e os supostos planos de estabelecer uma base aérea na baía de Bengala feitos por Hasina recentemente, de acordo com o jornal.
Essa é a primeira mensagem desde sua renúncia, após semanas de protestos e mais de 400 mortes. Hasina também disse que renunciou “para não testemunhar o número de mortos que os radicais queriam alcançar por meio da violência”. “Eles queriam ganhar o poder sobre os cadáveres dos estudantes, mas eu não permiti isso ao renunciar. Eu poderia ter permanecido no poder abrindo mão da soberania sobre a ilha de Saint Martin, permitindo que os EUA controlassem a baía de Bengala. Peço aos meus compatriotas que não se deixem enganar pelos radicais”, relata “The Economic Times”.
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A chamada “dama de ferro” de Bangladesh também lamentou a suposta morte de vários líderes da Liga Awami e o assédio de seus partidários após sua renúncia. “A Liga Awami tem me defendido repetidas vezes. Orarei para sempre pelo futuro de Bangladesh, a nação pela qual meu pai lutou e o país pelo qual minha família deu a vida”, acrescentou. Hasina renunciou e fugiu do país no dia 5 deste mês, após semanas de protestos em Bangladesh, que começaram como um movimento estudantil contra um sistema de cotas para empregos públicos considerado discriminatório pelos manifestantes.
No entanto, a espiral de violência causada por uma repressão policial apoiada por apoiadores da Liga Awami e a resposta dos estudantes se transformou em um movimento de massa que deixou mais de 400 pessoas mortas e derrubou o governo. Enquanto Hasina está em Nova Délhi, Bangladesh tem um novo governo interino liderado pelo ganhador do Prêmio Nobel Muhammad Yunus, cujo desafio é restaurar a estabilidade no país asiático marcado pela revolta e pelos 15 anos de governo de Hasina.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte