Em 7 de outubro, 15 mulheres desarmadas encarregadas de vigiar a fronteira por meio de telas foram assassinadas na base de Nahal Oz, de acordo com Israel
Familiares de cinco mulheres soldados israelenses retidas na Faixa de Gaza autorizaram, nesta quarta-feira (22), a divulgação pelos meios de comunicação de imagens que mostram o momento de seu sequestro em uma base militar no dia 7 de outubro. No trecho de pouco mais de 3 minutos, extraído de um vídeo de duas horas filmado com uma câmera GoPro por combatentes do Hamas, segundo as famílias, é possível ver as jovens, algumas com sangue no rosto, sentadas no chão de pijama com as mãos atadas atrás das costas. Algumas tentam falar em inglês, com expressão de terror e implorando. Depois, os homens do Hamas as levam entre gritos e sons de rajadas de tiros até um jipe militar. Das 252 pessoas sequestradas na data do ataque que desencadeou a guerra entre Israel e Hamas, 124 continuam cativas em Gaza, das quais 37 estariam mortas, segundo o exército.
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A filmagem, divulgada antes da reunião de hoje do governo israelense, também mostra um dos combatentes virando-se para uma das garotas e dizendo: “Quero que você cale a boca e sente-se! Nossos irmãos estão mortos por sua causa e nós vamos atirar em todas vocês”. Em outra parte do vídeo, um dos membros do grupo palestino é ouvido dizendo: “Aqui estão as meninas que podem engravidar. Elas são as sionistas”. No vídeo estão presentes: Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniela Gilboa e Naama Levy. “É hora de agir ou o sangue da minha irmã e dos outros reféns estará nas mãos do governo israelense”, afirmou Sasha Ariev, de 24 anos, irmã de uma das militares, Karina Ariev. “Agora todo mundo viu essas jovens de pijama capturadas (…), a única vitória é trazê-las de volta rapidamente e vivas”, acrescentou.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse hoje que o vídeo será um dos materiais que ele mostrará em uma reunião com os embaixadores de Espanha, Noruega e República da Irlanda “para uma conversa de reprimenda”, cuja data ainda não foi definida, depois de anunciarem hoje que reconhecerão o Estado palestino na próxima terça-feira. O presidente israelense, Isaac Herzog, escreveu no X após a divulgação do vídeo que “o mundo deve assistir a essa atrocidade cruel. Aqueles que se preocupam com os direitos das mulheres devem se manifestar. Todos aqueles que acreditam na liberdade devem se manifestar e fazer tudo o que puderem para trazer todos os reféns para casa agora”.
New footage of the kidnapping of young Israeli women by Hamas terrorists on October 7th. This is horrifying. The video was released by the families of the hostages. One terrorist can be heard saying: “they are the ones who can get pregnant”. pic.twitter.com/8xTgFcbirQ
— נריה קראוס Neria Kraus (@NeriaKraus) May 22, 2024
Para Sasha Ariev, a divulgação dessas imagens deveria marcar “uma virada de 180 graus” nas decisões do governo. Elas “revelam o tratamento violento, humilhante e traumático ao qual as garotas foram submetidas no dia de seu sequestro”, indicou o Fórum de Famílias de Reféns em um comunicado. “O vídeo, que dura 3 minutos e 10 segundos, foi editado e censurado para excluir as cenas mais perturbadoras, como os numerosos homens e mulheres assassinados na base de Nahal Oz (…), assim como numerosas cenas de extrema brutalidade”, especificou o texto.
Mais de 50 soldados morreram em 7 de outubro de 2023 nessa base militar, atacada por comandos do movimento islamista palestino. Nesse dia, 15 mulheres desarmadas encarregadas de vigiar a fronteira por meio de telas foram assassinadas na base de Nahal Oz, de acordo com o exército israelense. Sete foram tomadas como reféns. Uma das soldados foi libertada durante uma operação militar israelense e o corpo de outra foi encontrado em Gaza e repatriado para Israel.
*Com informações da AFP e EFE