KFC “salva” receita da IMC, mas não evita balanço no vermelho

KFC “salva” receita da IMC, mas não evita balanço no vermelho


A International Meal Company (IMC), dona das redes KFC, Pizza Hut e Frango Assado, entre outras marcas de food service, teve um terceiro trimestre dentro do esperado pelo CEO da companhia, Alexandre Santoro. Mas, isso não quer dizer que o balanço foi positivo.

Com uma receita próxima à estabilidade no período, atingindo a casa dos R$ 601,1 milhões, a empresa foi “salva” pelo crescimento de 21% do KFC, que tem se mostrado o negócio mais rentável da companhia. A operação nos Estados Unidos, onde o grupo atua com a marca Margaritaville, ofuscou, porém, o desempenho dessa bandeira.

“Crescemos 5% da receita no Brasil, enquanto a nossa operação dos Estados Unidos sofreu uma queda de 6%”, diz Santoro, ao NeoFeed. “Por aqui, nós decidimos fechar algumas operações que já não faziam sentido para o negócio, o que reduziu a receita total, enquanto nos Estados Unidos um fator não recorrente ajudou a diminuir esse valor no período, sem contar a situação econômica”.

Segundo Santoro, no terceiro trimestre de 2023, as vendas de algumas unidades em território americano sentiram uma forte valorização no seu consumo por conta da morte do antigo dono da Margaritaville, o cantor Jimmy Buffett. Por lá, as unidades também vendem lembranças e souvenirs, o que atraiu os fãs americanos.

O dado que mais chama atenção, por sua vez, é o resultado líquido da companhia, que passou de um lucro de US$ 16,4 milhões no mesmo trimestre do ano passado para um prejuízo de US$ 12,8 milhões.

A queda na lucratividade foi impulsionada por maiores despesas de depreciação e amortização de lojas no trimestre. “No terceiro trimestre do ano passado, a companhia contou com um ganho significativo decorrente da venda da operação Olive Garden, o que impulsionou substancialmente o resultado daquele período”, afirmou o CEO.

“Neste trimestre, o resultado foi impactado pelo aumento nas despesas, refletindo tanto a abertura de novas lojas quanto uma aceleração na depreciação de unidades encerradas ao longo do trimestre”, completou.

Apesar disso, o Ebtida da IMC cresceu 7% no trimestre, atingindo US$ 86,6 milhões, com uma margem Ebitda de 14,4%, que, na visão de Santoro, mostra a busca constante da companhia por eficiência operacional.

Já em relação à alavancagem, a empresa reportou um patamar de 2,3 vezes, uma leve alta em relação ao dado divulgado no ano anterior, de 1,8 vez. O índice segue, no entanto, abaixo de 3 vezes, que marca o limite máximo esperado pela companhia.

“No geral, o trimestre mostrou que a IMC segue firme em seu plano de transformação, conseguindo fazer melhorias nos resultados como um todo, apesar de ter enfrentado um período de receita estável”, afirmou Santoro.

Para 2025, a empresa espera acelerar seu plano de expansão com foco também no Frango Assado, movimentação que já estava sendo planejada pela IMC há alguns anos. “O Frango Assado é uma marca própria nossa que tem um retorno muito interessante e um potencial ainda maior. Então, esse vai ser o nosso foco de investimento no próximo ano”, diz Santoro.

Ao mesmo tempo, o KFC e Pizza Hut não serão deixados de lado. A rede focada em frango frito está abrindo a sua primeira unidade de rua ainda este ano e deve continuar seu plano de expansão em 2025. Em contrapartida, outras marcas do menu seguem em segundo plano em relação a abertura de unidades.

Em março deste ano, o CEO havia reportado ao NeoFeed que o Viena, uma das bandeiras tocadas pela empresa, começaria a ganhar mais espaço. Essa não é, porém, a perspectiva para o próximo ano. “Pensando no nosso foco, ela não é uma das marcas prioritárias para expansão nesse momento, apesar de ser um nome que nos traz bons resultados”.

As ações da IMC fecharam o pregão de hoje na B3 cotadas a R$ 1,36, queda de 1,45%. No ano, os papéis acumulam uma desvalorização de 31,3%, dando ao grupo um valor de mercado de R$ 388,2 milhões.





Fonte: Neofeed

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