María Corina Machado diz, em protesto, que oposição fará o ‘chavismo ceder’

María Corina Machado diz, em protesto, que oposição fará o ‘chavismo ceder’


Reconhecendo o desafio de forçar Maduro a deixar o poder, opositora disse que a enfrentamento será estratégico ao convocar novas manifestações

Gabriela Oraa / AFPmaria corina machado
Líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, fala com apoiadores durante um comício em Guacara, estado de Carabobo, Venezuela

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, prometeu nesta quarta-feira (28), que fará o chavismo reconhecer a derrota na eleição presidencial. “Dizem que o regime não vai ceder. Saibam que vamos fazê-lo ceder e ceder significa respeitar a vontade manifestada em 28 de julho”, disse a opositora, durante uma nova manifestação contra a ditadura de Nicolás Maduro, ontem, em Caracas. Escondida desde o anúncio dos resultados, María Corina saiu da clandestinidade para participar do protesto que reuniu centenas de pessoas. Ela chegou à manifestação disfarçada, com um suéter preto com capuz, que tirou ao subir no caminhão que serviu como palanque. “Valente, valente!”, gritava a multidão.

Reconhecendo o desafio de forçar Maduro a deixar o poder, María Corina disse que a oposição será estratégica ao convocar novas manifestações. Para ela, é improvável que a pressão internacional sobre Maduro ceda. “Aqueles que dizem que o tempo favorece Maduro estão errados”, disse. “A cada dia ele está mais isolado, mais tóxico.” Ainda não há ordem de prisão contra a líder opositora, embora Maduro tenha solicitado que ela e o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, candidato que reivindica a vitória na eleição presidencial, sejam presos. María Corina disse temer por sua vida, ainda que tenha participado de outras manifestações pós-eleitorais.

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O ato de ontem foi o quarto contra o terceiro mandato de Maduro, que poderia ficar no poder até 2031. A reeleição foi ratificada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), ambos ligados ao chavismo. A oposição acusa as autoridades eleitorais de validarem a vitória de Maduro mesmo sem a apresentação das atas de votação, que dão detalhes sobre o voto de cada seção. Segundo María Corina e aliados, de acordo com atas recebidas pela oposição, Urrutia derrotou Maduro com certa facilidade.

Diante do impasse, vários países rejeitaram os resultados, como EUA, Argentina, Uruguai, Chile, Equador, Panamá e União Europeia Outros, incluindo Brasil, México e Colômbia, exigem que Maduro apresente as atas das seções, o que o regime não parece disposto a fazer. Em sentença na semana passada, o TSJ também impôs segredos aos dados. Enquanto isso, a Justiça fecha o cerco contra os opositores. Urrutia, que também está escondido, é investigado por “usurpação de funções” e “falsificação de documento”, crimes que podem render até 30 anos de prisão. O opositor diz que está na clandestinidade porque teme perseguição política do chavismo.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte





Fonte: Jovem Pan

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