Mais comum do que se imagina, a condromalácia patelar requer tratamento e quanto antes descoberta, melhor
De acordo com uma pesquisa realizada pela Pés Sem Dor, empresa especialista em palmilhas ortopédicas, cerca de 69% dos brasileiros acima de 18 anos sentem dores na articulação do joelho. A ex-BBB e cantora Juliette Freire publicou em suas redes sociais que sofre de condromalácia patelar, uma condição que causa o amolecimento da cartilagem da patela que fica na frente do joelho. A famosa impressionou os seguidores ao mostrar em um vídeo o barulho que sua perna faz ao ser movimentada.
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Mas você sabe do que se trata e como isso ocorre?O médico ortopedista Dr. Carlos Cedano explica que a condromalácia patelar (também chamada de síndrome fêmoro-patelar) é a lesão da cartilagem da patela (antigamente chamada de rótula) um dos ossos do joelho. “A patela fica em contato com o fêmur e desliza sobre ele. Ela ocorre pelo excesso de pressão entre a patela e o fêmur.
Inicialmente, ocorre um amolecimento da cartilagem, de onde se origina o termo condromalacia (condro, que é cartilagem, malacia, que é amolecida), evoluindo para erosão até chegar na destruição, ficando osso em contato diretamente com osso (nas articulações o contato é através da cartilagem), condição chamada de artrose”, esclarece.
Segundo o especialista, ela é relativamente comum, afetando mais mulheres, mas não deixa de ser frequente em homens, podendo acontecer em diversas idades. “Na sua fase inicial pode não causar dor, mas conforme progride, vai causando dor, que inicialmente se manifesta em situações que levam a uma maior pressão entre a patela e o fêmur, como subir e descer escadas e fazer exercícios ou atividades com o joelho muito dobrado”, pontua Cedano.
Para ele, os “estalos” nunca devem ser ignorado. “O barulho que percebemos na movimentação do joelho indica que há uma alteração da cartilagem, podendo ser de graus variados. É um sinal de alerta para procurar um especialista”.
Como acontece?
As causas são diversas, geralmente combinadas, de acordo com o médico. O desequilíbrio nas forças musculares do joelho, falta de alongamento, atividades físicas feitas de forma incorreta e variações na anatomia do joelho são alguns dos motivos de acontecer a condromalácia patelar. “Os sintomas geralmente são a dor progressiva e o barulho no joelho, chamado também de crepitação, que inicialmente é discreto, como se ‘houvesse areia’ no joelho, evoluindo para estalos mais fortes”, indica.
O tratamento é através da fisioterapia e costuma ter ótimos resultados em um período de poucos meses. “É importante lembrar que, após a melhora, é necessário haver uma manutenção para que não volte, com exercícios regulares, que podem ser feitos em academia, assim como mudança de alguns hábitos”, esclarece Cedano.
Durante o período clínico são feitos exercícios de alongamento e de fortalecimento seletivo no joelho, fazendo o reequilíbrio da força dos músculos do joelho. Também é importante evitar o excesso de pressão na patela, além de atividades e exercícios com o joelho excessivamente dobrado, situação que aumenta a pressão fêmoro-patelar.
Um exemplo clássico é aumentar a altura do selim da bicicleta para o joelho dobrar menos. “O tratamento cirúrgico é muito raro na condromalácia patelar. Se existe a suspeita de condromalácia, um especialista deve ser procurado para confirmar o diagnóstico. Inicialmente, através da história e do exame físico, é possível fazer o diagnóstico, que depois é confirmado com um exame de ressonância magnética”, finaliza.