Na Porto, novas verticais ganham corpo e abrem espaço para sócios estratégicos

Na Porto, novas verticais ganham corpo e abrem espaço para sócios estratégicos


Ainda mais conhecida por sua origem em seguros, a Porto deu mais um passo para consolidar a sua estratégia de diversificação, iniciada há dois anos, ao divulgar o seu balanço do terceiro trimestre na manhã desta terça-feira, 12 de novembro.

Se a Porto Seguro, seu carro-chefe, teve uma ligeira queda de receita de 0,2%, para R$ 5,5 bilhões, as demais verticais cresceram. A Porto Saúde avançou 41,5%, para R$ 1,7 bilhão, e a Porto Bank, 24,1%, para R$ 1,5 bilhão. Já a Porto Serviço, lançada este ano, teve uma receita trimestral de R$ 620,1 milhões.

À medida que começa a comprovar essa tese e que esses negócios mais recentes ganham participação em sua receita total, que cresceu 11% no período, para R$ 9,5 bilhões, a Porto sinaliza que pode ter companhia para turbinar os próximos passos dessas operações.

“Com esse modelo, temos a possibilidade de atrair investidores que enxerguem o que, pra nós, já é muito consolidado, que é o valor dessas verticais separadas”, disse Paulo Kakinoff, CEO da Porto, em conversa com jornalistas.

Ele prosseguiu: “Felizmente, para nós, não seria um movimento necessário para promover e patrocinar o crescimento desses negócios. Mas sim atrair parceiros estratégicos que possam aportar conhecimento específico ou estabelecer uma parceria geradora de receitas.”

A abertura para a entrada de novos sócios em duas dessas operações, a Porto Saúde e a Porto Serviço, foi formalizada em maio deste ano, quando a Porto protocolou os pedidos de registro das duas operações como companhias abertas na categoria A junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“Nesse contexto, é natural que também exista uma consideração sobre os IPOs dessas verticais”, observou o executivo. “Mas, no momento, não existe nenhuma agenda específica nesse sentido nessas duas empresas, mesmo porque, hoje, não há um mercado benigno para isso.”

CFO da Porto, Celso Damadi reforçou também que uma injeção de recursos não seria necessária para as duas operações, ao citar o excesso de capital na Porto e a possibilidade de o grupo voltar ao patamar de 50% na distribuição de dividendos nos próximos anos, caso essa tendência favorável se mantenha.

“Não precisamos fazer um IPO para crescer, podemos crescer 60%, 70%, 80% na Porto Saúde. A mesma coisa para a Porto Bank”, disse Damadi. “Temos recursos suficientes até para oscilação e risco. Então, é um patamar bem sadio de capital e de solvência para alavancar esse crescimento.”

A Porto Saúde, onde o grupo já mantém uma joint venture com a Oncoclínicas desde 2022, é uma prova de que a Porto, com suas próprias pernas, não está parada. Nesse braço, um dos focos mais recentes é o estabelecimento de parcerias em diversos níveis.

“Temos intensificado essas parcerias em termos de granularidade com hospitais e laboratórios”, disse Kakinoff. “E isso não se dá no nível das redes, mas sim, região por região, com um hospital, por exemplo, em um determinado bairro.”

Já na Porto Bank, o CEO disse que a operação está em fase de começar a escalar a conta digital pessoa física junto a base de 18 milhões de clientes do grupo. E que a previsão é estender essa alternativa a pessoas jurídicas no segundo trimestre de 2025.

Em paralelo, o balanço trimestral veio acompanhado de uma nova atualização no guidance para 2024, em duas linhas específicas. Na primeira, o grupo projeta agora um crescimento de receita na Porto Bank entre 18% a 24%, contra a faixa anterior de 13% a 19%.

Já na segunda atualização, relacionada à vertical Porto Saúde, a nova estimativa envolve a sinistralidade, com uma variação de 75% a 79%. A projeção anterior apontava para uma faixa entre 77% e 82% no exercício de 2024.

Em outros números referentes ao balanço do terceiro trimestre, a Porto apurou um lucro líquido de R$ 739,1 milhões, o equivalente a um crescimento de 32,3% sobre o montante reportado na última linha do balanço no mesmo intervalo de 2023.

Já o retorno sobre o patrimônio médio (ROEA) apurado entre julho e setembro ficou em 22,9%, contra o patamar de 20% reportado um ano antes. No acumulado do ano, o ROAE foi de 20,4%, com uma rentabilidade sobre o patrimônio acima de 20% em todas as verticais.

No braço de seguros, a sinistralidade total foi de 50,8%, contra o índice de 47% reportado um ano antes. Em seu principal produto, os seguros automotivos, os prêmios tiveram um recuo de 4,6%, o que o grupo atribuiu à sua estratégia de manutenção das margens em patamares mais saudáveis.

Já na Porto Bank, a inadimplência acima de 90 dias das operações de crédito teve uma melhora de 1,1 ponto percentual, para 6,4%. E o índice de eficiência operacional, que leva em conta a soma das despesas administrativas em relação à receita total, cresceu 0,1 ponto percentual, para 11,1%.

As ações da Porto encerraram o pregão da segunda-feira, 11 de novembro, com ligeira queda de 0,03%, cotadas a R$ 38,57. Em 2024, os papéis registram, porém, uma valorização de 34,2%. A empresa está avaliada em R$ 24,7 bilhões.



Fonte: Neofeed

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