Noplace, a nova rede social feita para a geração Z, vira febre nos EUA. Mais uma?

Noplace, a nova rede social feita para a geração Z, vira febre nos EUA. Mais uma?


Prometendo uma experiência “sem algoritmos e anúncios invasivos”, o aplicativo de mídia social Noplace foi lançado oficialmente na quarta-feira, 3 de julho, e logo ocupou o primeiro lugar da Apple App Store, nos Estados Unidos. Nas primeiras horas, a plataforma chegou a registrar instabilidade, devido à intensa procura.

Criação da empreendedora e investidora serial Tiffany “TZ” Zhong, de 26 anos, a plataforma é como se o MySpace, o Facebook e o X (antigo Twitter) “tivessem tido um filho da geração Z”, define o site Business Insider. O aplicativo incentiva o usuário deixar o pensamento fluir e compartilhar tudo diretamente no feed, como nos velhos tempos das primeiras redes sociais. Xô, robôs!

A linguagem e a interface do app miram os jovens nascidos entre 1995 e 2010. As telas são coloridas, repletas de gírias e emojis, com uma pitada de nostalgia — os analistas avaliaram que a tela de personalização do perfil lembra os antigos MySpace e o Orkut.

O Noplace já fazia sucesso antes de seu lançamento. No início do ano, meio milhão de pessoas haviam se inscrito na lista de espera, depois de viralizar no… TikTok!

O programa desenvolvido por Tiffany vem de encontro à insatisfação cada vez maior dos usuários com as gigantes das mídias sociais, como TikTok, Instagram e Snapchat. O modelo de recomendação, antes pautado pelo conteúdo dos “amigos”, hoje está a cargo dos algoritmos.

Há se considerar ainda que as grandes plataformas têm priorizado o entretenimento. Ou seja, as redes tradicionais perderam seu principal propósito, o de promover as interações sociais.

“Acho que a mágica da internet se perdeu. Agora está tudo muito uniforme”, disse Tiffany ao TechCrunch. “Tudo é apenas mídia, muito desconectado.”

O novo aplicativo não é o primeiro a tentar ocupar essa lacuna. Vira e mexe uma nova plataforma entra na briga para se tornar a nova rede do momento. Apenas de 2020 para cá, apareceram Clubhouse, BeReal, Lapse e Lemon8 — nenhuma, porém, conseguiu conquistar os usuários.

“Estamos todos apenas competindo pela atenção das pessoas, especialmente pela atenção e pelo tempo da Geração Z”, afirmou a criadora.

“Acho que a mágica da internet se perdeu. Agora está tudo muito uniforme”, diz Tiffany (Crédito: Reprodução Instagram)

Junto com uma equipe de sete pessoas, ela vem testando o aplicativo desde o final de 2023, com um número reduzido de usuários. Muitas da decisões em relação ao aperfeiçoamento da plataforma vieram deles.

A startup levantou US$ 15 milhões em uma rodada da série A, segundo o PitchBook. Entre os investidores estão,  776, de Alexis Ohania, cofundador e presidente do Reddit.

“Quero ser muito cuidadosa para não inchar muito o aplicativo. Essa é a ruína de muitos aplicativos sociais”, revelou a criadora do Noplace. “O maior risco é uma moda passageira. É difícil, pois aplicativos sociais são mais uma arte do que uma ciência. Não há manual.”

Tiffany fala com conhecimento de causa. Ela própria uma “gen Z”, é uma das investidoras mais jovens do Vale do Silício, com sua Pineapple Capital.

“TZ” ainda é fundadora da Zebra IQ, uma empresa de inteligência de mercado focada na geração Z. Além disso, já prestou consultoria para companhias como Snapchat, Levi Strauss, Turner Broadcasting e Google sobre alcançar os públicos mais jovens.

Se o Noplace será a nova “rede social mais social” do mercado só o tempo dirá.



Fonte: Neofeed

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