O contrato que ficou guardado na gaveta e ajudou a criar a Atlas Governance

O contrato que ficou guardado na gaveta e ajudou a criar a Atlas Governance


Gestão corporativa não é um assunto simples – e muito menos fácil. Eduardo Carone, CEO e fundador da Atlas Governance, startup de tecnologia para governança corporativa, descobriu isso da maneira mais difícil, quando viu seus bens pessoais sendo congelados por um contrato assinado em uma assembleia que nunca foi executado.

Antes de se tornar empreendedor, Carone trabalhava em fundos de investimento de private equity, nos quais tinha a função de integrar o board das companhias investidas, em busca de uma gestão mais aprofundada daquele ativo.

Em uma dessas empresas, porém, houve um problema judicial e financeiro, no qual foi determinado o bloqueio de todos os bens dos administradores da empresa, grupo no qual Carone estava incluído.

O motivo? O conselho de administração da empresa tinha aprovado a contratação de um seguro chamado D&O. A informação foi incluída na ata, todos os conselheiros assinaram. Mas o contrato foi parar na gaveta e ninguém contratou o seguro.

“Em um belo dia, acordei com todos os meus bens bloqueados e passei oito meses tentando resolver esse problema”, afirma Carone. ao Vida de Startup, programa do NeoFeed.

Foi nesse momento que Carone percebeu a necessidade de um sistema que digitalizasse todo esse processo, já que muitas companhias, tanto públicas quanto privadas, provavelmente já haviam passado por problemas semelhantes.

Foi assim que nasceu a ideia da Atlas Governance. Em 2016, a empresa desenvolveu o seu primeiro software voltado para esse mercado. E, nessa jornada, o que não faltou foram perrengues. Entre mudança de linguagem do sistema, dificuldades com aquisição de clientes e expansão internacional, a empresa já passou por diversos desafios.

“Brinco que se uma startup fosse um animal, ela seria o Sid, do filme A Era do Gelo”, diz Carone. “O Sid é aquele cara que, quando a situação acaba, fala ‘Nós vamos viver’ e olha para o outro problema e diz ‘Nós vamos morrer’. É assim que funciona a vida de startup.”

Hoje, o software da Atlas Governance é utilizado por mais de 700 empresas e 30 mil conselheiros de grandes companhias, fazendo parte de cerca de 40% das empresas listadas na Bolsa de Valores. Além disso, a companhia está presente em seis países.

Para atingir esses resultados, a Atlas já captou aproximadamente R$ 50 milhões. Os principais investidores são a Volpe Capital e a DSK Capital, que investiram na séria A da startup.

Hoje, o foco da companhia está na expansão internacional e também no desenvolvimento de seu portal de assembleias. Com essa intenção, a startup anunciou, em novembro, a aquisição da Precisão-i, movimentação que foi noticiada com exclusividade pelo NeoFeed.





Fonte: Neofeed

Tecnologia